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domingo, 10 de junho de 2007

Princesa Ameba - Capítulo II

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Leia antes o Capítulo 0 e o Capítulo I para entender a história.
Seus sonhos agora eram seu segredo e seu tesouro. Acordava sentindo o sabor das suas fantasias. E se deliciava com as sensações. Eram tantas, tão novas e tão intensas. Nunca sequer imaginara poder viver algo assim. Esperava ansiosa pelo momento de deitar-se entre os lençóis de seda para, com sorte, logo poder mergulhar nos sonhos mais íntimos que agora eram tão importantes. E, quando amanhecia, estava feliz, estranhamente satisfeita e, pronta para o novo dia. Isso durou alguns meses. Ela agora era uma pessoa diferente, mais alegre e sorria quase todo o tempo. Ninguém entendia o que teria acontecido com a princesinha que sempre fora tão taciturna e agora, florescia. Porém, numa noite, o sonho se tornou pesadelo! Nele, viu todos os seus sonhos lhe escapando por entre os dedos. As cores se tornaram escuras, já não eram mais belas. Sentiu-se muito sozinha e acordou banhada de um suor sofrido, desesperado. A pequena princesa agora se sentia completamente desaemparada. Em seus sonhos agora via apenas uma imagem, no início indefinida, mas que pouco a pouco foi tornando-se mais e mais nítida. Uma figura sinistra e assustadora, que ia aproximando-se devagar... não sabia exatamente sua intenção mas sentia um medo crescente e um cheiro de podridão que lhe tomava os sentidos. A cada dia o sonho avançava mais um pouco. Apesar do medo crescente ela sentia que teria que sonhar mais e mais vezes ou nunca saberia o que aquilo poderia significar. À medida que aquele macabro desconhecido aproximava-se, Princesa Ameba tentava se afastar mas, suas pernas não obedeciam, o medo tomando conta de seu corpo e aquele cheiro... aquele cheiro que impregnava o ar deixando uma sensação de perda e dor. Tudo isso ocorria em seus sonhos mas ela vivia aquilo com tal lucidez que não poderia ser mais real. Chegava a doer fundo, todo aquele emaranhado de sensações desagradáveis que arrombavam agora seus momentos mais íntimos. Momentos que já haviam sido tão maravilhosos e mágicos, eram agora sua antítese, numa versão caprichosamente funesta.

Continua... aguarde.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cintia,

acabei lendo o capítulo II, antes. Mas, ainda assim, confesso: belíssimo texto!


Agradeço por ter publicado meu poema MUDE.


Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.


Abraços, flores, estrelas...

Ana Paula disse...

Cintia... A vaca veio pro brejo... e adorou! Só deu tempo de ler os cap. I e II da Princesa Ameba... E o meme das gírias. Adorei. Depois volto para ler mais com calma. É que o meu filho, que não é nada comportadíssimo, "precisa" usar o computador até a hora de dormir. Beijos!

Sencler Junger disse...

Oi,

Obrigado pela visita e pelo comentario!!!

gostei do seu blog, dos detalhes e etc.. voltarei mais vezes também!

um abraço

fui