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sábado, 21 de abril de 2007

Dinheiro

di.nhei.ro
s. m. 1 Moeda corrente. 2 Valor representativo de qualquer quantia; grana. 3 Nome comum a todas as moedas. 4 Numerário, quantia, soma.

Assunto chatíssimo mas, faz parte do cotidiano da maioria das pessoas (seja pela dificuldade de administrá-lo, seja pela falta dele). Ademais (chique, não?), tenho pensado nele mais do que gostaria ultimamente e sinto que não estou só nisso.

Bom, fiz uma pesquisinha básica sobre a história do dinheiro (já tinha lido mas, a cabeça não ajuda muito). Resumidamente, podemos dizer que:

No começo, não havia dinheiro, não havia compra e venda, apenas troca. Assim, João pescava e sempre sobravam peixes. José, por sua vez, plantava milho mas muitas espigas sobravam. O cardápio então era diversificado graças às trocas, das sobras de um pelas sobras do outro. Simples e seguro.
Isso me lembra uma história que meu pai conta, do tempo em que ele era criança. Levava para o "grupo" (escolar), todos os dias, um lanche de pão com lambari , que ele mesmo pescava, no "lago do Orfeu" (aliás, essa história vale um outro post, prometo, é muito boa!). Na hora do recreio, ele trocava com os colegas que levavam goiabada com queijo, crustules (uns folhados deliciosos) e outros lanches que ele achava atraentes. O lambari era sempre apreciado pelos outros moleques e a troca era fácil. Bons tempos!

Voltando à história: as mercadorias começaram a ter "valores" diferentes, conforme a utilidade, procura, etc. Estas, passaram a ser as moedas-mercadorias, sendo usadas como referência para avaliar as outras mercadorias de menor valor. O gado e o sal foram alguns dos mais utilizados, dando origem a palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita (cabeça). Também a palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados.

Mas, como nem tudo são rosas, a oscilação do valor das mercadorias, o fato de não serem fracionáveis, de serem perecíveis, e não permitirem o acúmulo de riquezas fez com que a coisa toda começasse a degringolar. Surgiu então o metal (de diversas formas) que chegou às moedas que tanto desprezamos hoje.

Como tudo tem uma explicação lógica, falemos do papel, as cédulas. É claro que no início não eram cédulas e sim recibos que as pessoas recebiam dos ourives que guardavam e negociavam objetos de valor. Daí, passamos pelos bancos com os "bilhetes de bancos", uma mistura de cédula e cheque. E terminamos na cédula (depois o cheque, as notas promissórias, letras de câmbio, ações, etc, etc, etc.)

Meu filho sempre me diz como o mundo devia ser como no tempo das cavernas, sem dinheiro, sem a dependência dele. Segundo ele, tudo o que precisamos poderíamos conseguir na natureza, pescando, plantando, construindo. Sempre desistimos da conversa por não chegar a lugar nenhum. Ele defendendo a idéia dele e eu, embora concorde com a idéia, tentando mostrar a ele quão difícil seria manter esse sistema, evitando a evolução natural que nos levaria novamente onde estamos. Sei que ele vê a dificuldade mas nega-se a aceitar, tal a revolta que sente em relação a isso.

É, imagine se o assunto não fosse chato, que tamanho teria este post? Hora de terminar. Não há muito o que discutir sobre o poder que o dinheiro exerce hoje em todo o mundo. Seria absurdamente longo e enfadonho. Apenas gosto de pensar que seria mesmo muito tranqüilo podermos trocar os lanches na hora do recreio e pronto, tudo certo, todo mundo satisfeito!

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