O que dizer da reforma ortográfica que tem sido notícia por aí? Bem, já estou imaginando: em alguns anos teremos que aceitar pérolas do tipo: teje preso!; estou ancioso; tenho menas laranjas. É, parece que o destino da língua portuguêsa está fadado a adaptações baseadas nas dificuldades da população. Pelo menos foi o que li, por exemplo, sobre o trema (Os dois pontos que ficam em cima da letra u): "continuam fazendo dos desatentos suas vítimas, que se esquecem de colocá-los em palavras como freqüente e lingüiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos". Pois é, vamos tirar aquilo que só serve para tirar pontos dos desatentos nas provas e consursos. (exagero meu, claro... não levem ao pé da letra!)
Mas o que dizer do pára (verbo) e o para (preposição). Caindo o acento agudo do verbo, como faremos para saber exatamente o que quer dizer frases do tipo: "chuva para São Paulo". Poderíamos entender que São Paulo precisava de chuva e finalmente choveu ou, que a chuva fez São Paulo parar (o trânsito, o comércio, etc).
Até agora não entendi muito bem o motivo dessa reforma ortográfica se, junto com as facilidades, teremos que lidar com absurdos desse tipo; acentos importantes, inprescindíveis até, cairão junto com os desnecessários. O que mais me deixa dúvidas é por que ninguém pensou em fazer um "adendo" nas novas regras. Algo como "Exceção: flexões de verbos não dispensam o acento agudo, posto que é necessário para o bom entendimento da expressão". Custava muito?(Entendam que minha discordância é apenas e tão somente pela falta de cuidado em relação às excesões, necessárias neste caso)
Não acho que não traga benefícios. Traz. Eu fico pensando é na grande parcela da população brasileira que já escreve errado. Este serão os verdadeiros beneficiários. A ortografia será adaptada de forma a facilitar as coisas para eles, que não terão mais tanta preocupação com regrinhas de acentuação (nem sei se existe mesmo essa preocupação).
Fala-se em dois anos de adaptação. Eu já imagino dois anos de pura confusão, gastos estrondosos com livros novos pois os antigos não poderão mais ser reaproveitados pelo irmão mais novo, alguns tantos resistindo bravamente à mudança (eu acho que serei uma dessas pessoas, não sou muito boa em abraçar este tipo de mudança) e outros tantos criticando a má redação das novas regras (ou a ausência delas) - talvez o certo fosse dizer "a falta de meio-termo" da nova reforma ortográfica.
Depois de tudo isso (e mais um pouco que eu preferi nem comentar), o que me consola é que nós e nossos amigos de outras terrinhas (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,Timor-Leste) ficaremos mais próximos, pelo menos na linguagem.
Aqui e aqui você pode ver quais são as mudanças na ortografia portuguêsa. Digam vocês o que acham dela. (mais si naum quise naum pricisa fala nada)
PS: Fiz uma pequena reedição (em itálico) pois percebi, conversando com um amigo, não ter deixado claro que não sou totalmente contra a reforma. Pelo contrário, é útil e benéfica em diversos aspectos. Seria bom se pudesse ser também em outros apectos, que possivelmete gerarão dúvidas e confusões.
7 comentários:
Ah, pára tudo! Sei que são poucas pessoas que usam o acento do para... Mas mudar para quê? E o que dizer das pérolas que termos aceitar como corretas?
Não sou a fovor dessa reforma, não. Mas, quem sou eu?
Um beijo! Ah, cadê Ameba?
Não sou a favor dessa reforma não...
Beijos
É, pelo que vi a maioria das regras é para pessoas preguiçosas mesmo...mas as piores são dos acentos...daqui a pouco não existe mais acento em palavra nenhuma!!!
Sem acento, sem hifen...daqui a pouco vão falar que podemos escrever as palavras do jeito que quisermos...!!!
Enfim...tenha uma ótima semana...
E manda um beijo pra princesa ameba por mim, tá!!!
BEIJOS
Seria impensável essa mentalidade anti-reforma se não fosse antiga. É o mesmo que ocorreu nos anos 70, quando alguns tiveram a idéia de simplificar a escrita do português: Os opositores disseram "assim qualquer ignorante vai saber escrever!". Minha gente, a língua não é propriedade dos cultos não! É uma convencionalidade para uso de todos. As regras que se devem aprender devem ser lógicas, não esta balbúrdia herdada de lusitanos do século 14 e completamente defasada do mundo contemporâneo.
Beijos do tesco.
Sou totalmente contra essa reforma. Na minha opinião, temos a obrigação de falar e escrever corretamente. Dói ouvir 'a gente somos' (virou até música do Ultraje a Rigor lembra?!). E aprender a falar e escrever corretamente, independe de escola, é uma coisa que começa em casa, com o hábito da leitura principalmente. Mas, no mais estou com a Ana Paula, quem sou eu prá ditar regras. Bjos. adorei seu post.
acho que o blog precisa de uma reforma com um post novo, o que acha?!?
tenha um ótimo final de semana!!!
BEIJOS
Henrique diz!
Na verdade, essa tal reforma é um tremenda besteira, gastos absurdos e na verdade na vai obter o efeito desejado, que na verdade nunguém ou a grande maioria não sabem para que a mudança.
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