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quarta-feira, 27 de março de 2013

Hoje eu me amei.



Fui ao banco hoje e, saindo da agência, ouvi um choro estridente de bebê. Procurei e vi que vinha do banco de trás de um carro estacionado entre duas motos, com certeza não estavam lá antes do carro chegar. A mulher se esforçava em esterçar o carro, pra frente e pra trás, sem muito sucesso pois o espaço era pequeno e o pequeno bebê no banco de trás - devidamente preso numa cadeirinha - berrava a plenos pulmões.

Sem pensar, fui até a janela do carro que estava meio aberta e falei com o bebê. Apenas falei com ele, calmamente. A mulher, ao me ouvir, olhou pra trás, ainda sem largar do volante com as mãos cruzadas tentando esterçar mais... ela ofegava um pouco e disse algo sobre não ter o que fazer. Sorri pra ela e vi que o bebê estava quieto. Vermelho de tanto chorar mas quieto, olhando pra mim.

Continuei falando para ele que não precisava chorar pois a mamãe estava ocupada mas que logo ele iam embora - como se ele pudesse entender tudinho. Não sei se ele entendeu alguma coisa, se a mãe ficou brava com a minha intromissão, mas deu certo pois, em alguns minutos, o carro conseguia sair do espaço pequeno.

Eu disse tchau pro bebê, daqueles tchaus com as mãos acenando e um tchau sorridente pra mãe que mal podia me olhar, já que o trânsito estava grande e ela estava no meio do caminho, mas penso ter ouvido um tchau baixinhho dela.

Fui embora com um sorriso nos lábios e, definitivamente, hoje eu me amei!

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