Loucura e Sanidade

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Perto da minha casa tem um posto Esso e, como tal, tem um tigrão inflável em cima do "galpão" do posto. É todo amarrado para não sair voando, claro. E é bem grande! Todas as vezes em que eu passo por lá, desde que o posto foi inaugurado, o que não faz muito tempo, eu olho pro tigre e penso que gostaria de me sentar em cima da cabeça dele e apreciar a vista. O posto fica numa esquina, onde tem um semáforo. Assim, ou você está de lado ou você está de frente para o tigrão. Hoje eu parei no semáforo de frente pra ele. Estava ventando um pouco e uma das mãos (hum, patas. eu sei) do tigre começou a levantar, bem devagar. Fiquei olhando, hipnotizada, enquanto a mãozona dele ia subindo (embora estivesse amarrada, tem uma folga nas cordinhas, permitindo um certo movimento). Então, me deu uma vontade louca de levantar a minha mão pra ele, como num cumprimento. Ora, se ele fala "oi" pra mim, é educado que eu retribua. Ai, ai. Antes de levantar minha mão, porém, percebi o que seria para alguém que assite a cena, como num filme. Me deu então uma vontade de rir que tive que segurar. Mas o riso foi saindo, escapando, e eu com a boca bem fechada para não cair numa gargalhda que, afinal, também daria uma cena digna de comédia. Tudo isso aconteceu naqueles segundos em que o semáforo fica fechado. Mas aconteceu, juro. O semáforo abriu e ouvi a buzinada clássica me avisando que eu deveria acordar e seguir em frente. Olhando o tigrão mais uma vez, com aquela mãozona levantada a me acenar, fui embora com o riso ainda preso e com a sensação de que a loucura não é sempre insana, não... aliás, é esse tipo de loucura que me mantém sã.