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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Amante Virtual

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Tudo aconteceu tão depressa. Não era exatamente o que ela pretendia... ou quase era.
No começo, era tudo muito emocionante, sensual, proibido. Era um momento em que ela se sentia ousada, transgredindo qualquer convenção. Valia tudo! O que contava ali era a capacidade de cada um manipular as palavras de forma a atingir o outro. E no meio daquelas palavras, as sensações vinham a brindar!

Mas então, ela percebeu o que realmente acontecia. Não, aquilo não a satisfazia e nem tampouco a completava mais. Era simplesmente um momento em que, com o tempo, precisava pensar no que iria dizer em seguida para que fosse mais excitante. Ou de que forma ela deveria descrever o que sentia para que o outro conseguisse imaginar perfeitamente. Passou a ser algo calculado, friamente, para proporcionar uma sensação nova e satisfatória.

Acabou deixando tranparecer o que estava sentindo, era mais forte do que ela... e ouviu então o que não queria: "...falamos duas línguas diferentes e não quero ouvir a sua, a minha me basta e não quero ninguém tentando impor a sua sobre mim. O que tenho de você está bom. Não quero mais nada além disso. Não queira impor nada mais profundo pois não me interessa nada mais profundo do que temos. É ótimo assim, como está."

A língua em questão se resumia em uma única coisa: objetivo, vontade e valores.

Ele queria apenas isso, um momento em que houvesse o estímulo necessário para que alcançasse seu objetivo.
Ela queria mais, ou menos, ou apenas diferente. Queria carinho e atenção além das palavras picantes. Queria poder um dia não falar de nada mais ousado que o dia-a-dia de cada um. Queria amizade.

Percebeu então que não valia a pena continuar. E disse não.

2 comentários:

Ana Paula disse...

Nossa! Estava inspirada, hein, Cintia???
E, muito cá entre nós... Já vivi uma situação assim...

Beijos e bom dia!

Anônimo disse...

adorei seu blog, seu texto, quer ser minha vizinha???
rs
bjuss