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segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Meus cabelos Brancos

Hoje eu preciso valer-me de outras línguas, outras idéias, outra essência que não é minha... mas poderia ser.

Chico Cézar foi brilhante quando disse:
Quando digo "respeitem meus cabelos, brancos" não falo só de mim nem quero dizer só isso. Debaixo dos cabelos, o homem como metáfora. A raça. A geração.
A pessoa e suas idéias. A luta para manter-se de pé e mantê-las, as idéias, flecheiras.
É como se alguém dissesse "respeitem minha particularidade".

Os fios teimam em perder a cor, à medida em que os problemas vão ficando mais escuros.

E Kid Abelha, tão certeiro:

"As entradas do meu rosto
E os meus cabelos brancos
Aparecem a cada ano
No final do mês de Agosto
Há vinte anos você nasceu
Ainda guardo um retrato antigo
Mas agora que você cresceu
Não se parece nada comigo
Esse seu ar de tristeza
Alimenta a minha dor
Tua pose de princesa
De onde você tirou"
Não tenho hoje forças para fazer considerações sobre nada.
Deixo aqui minha dor, minha angústia, com a esperança de que, ao fazê-lo, consiga aliviar um pouco o peso em meu coração. Preciso de um espaço dentro de mim para lidar com isso. Não há mais espaço para mais um problema. Não quero mais cabelos brancos despontanto à revelia. Preciso dar um suspiro profundo, inspirar e expirar... seguir em frente apesar de tudo.

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