Páginas

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

As flôres de plástico não morrem

Elas não sentem, não morrem, não murcham.
Não ficam mais bonitas ao ouvir Mozart.
Não se ressentem ao ouvir Mason.
Não sentem falta de que falemos com elas.
Não precisam de água ou adubo, nem tampouco gostam da luz do sol.
Apesar de qualquer indiferenças nossa, lá estão elas.
Elas podem perder um pouco a cor ou o brilho, talvez ressequem.
Então, a gente as dispensa.
Joga no lixo e pronto, compra outra.

Mas elas não exalam o perfume que nos traz lembranças.
Elas não são suaves ao toque e não evocam sentimentos.
Não nos conquistam por sua beleza natural nem nos inspiram poesias.
Elas não limpam o ambiente ou harmonizam a energia de um lar.
Elas não servem para iluminar o caminho de ninguém.
Nem sequer nos surpreende com uma nova pétala.
Não nos roubam sorrisos nem suspiros suaves.

A morte de uma flôr pode ser muito importante.
Tanto quanto o tempo em que ela viveu junto de você.
O fim, natural em tudo que é vivo, passa a ser parte da magia.
A magia de se ver uma flor desabrochar diante de seus olhos.
É lindo, é mágico e é único!

Nenhum comentário: