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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Uma História de Esperança

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No dia 25 de Julho de 2009 Marley saiu para passear e não voltou mais. Era um gato bonito, muito bonito. Amarelo e peludo, filho de mãe persa e pai siamês, era um gato vistoso e manso. Não gostava muito de colo e às vezes até se esquivava se tentássemos pegá-lo, mas era apenas uma maneira de ser. Eu dizia que ele era metido.
Quando ele sumiu eu achei que alguém poderia ter gostado dele (era difícil não gostar) e levado para casa. Não queria acreditar que ele poderia estar morto em algum terreno da vizinhança. Para ser sincera, tentei manter este pensamento pois me dava a esperança de que ele estivesse bem, em algum lar amoroso.
Durante todo o mês seguinte eu saí para procurá-lo. Andava com o carro com os vidros abertos e chamava por ele, sem parar, por toda a vizinhança, num raio de um quilomentro, diariamente. Vários dias fui chamada por algum vizinho que dizia ter encontrado um gato amarelo no quintal. Eu ia até lá e constatava, desanimada, que não era ele. Era um outro gato amarelo da redondeza, menos peludo e muito bravo. Estava cansada mas ia verificar, todas as vezes. Até que ninguém mais chamou.

Ontem, dia 20 de Setembro de 2009, 57 dias dias depois, o telefone toca. Minha irmã que mora em um bairro vizinho, umas cinco ou seis quadras de minha casa, me conta que um gato amarelo, muito parecido com o Marley, está escondido embaixo do carro de sua filha. Ela me conta que o viu na janela da sala, através do vidro. Saiu para vê-lo melhor, mas ele se assutou e se escondeu embaixo do carro. Me disse para levar uma lanterna pois a lâmpada da garagem estava queimada.
Peguei minha lanterna e fui, dividida entre a esperança de reencontrá-lo e a sensação de perda de tempo (aquela sensação que eu já conhecia após tantos alarmes falsos).
Quando cheguei lá vi minha irmã deitada no chão, tentando atrair a atenção do gato amarelo. Juntei-me a ela com a lanterna ligada. Era noite e a única coisa que eu podia ver com a luz da lanterna era os olhos dele, muito abertos, brilhantes e assustados. Fui chegando, chamando e falando com ele. Ele deu miado fraco e um fio de esperança passou pelo meu coração (Marley não sabia miar muito bem, normalmente só saía um som parecido com um miado).
Devagar, com muita paciência, conegui que ele chegasse mais perto. Minha irmã foi buscar um pouco de ração de sua gatinha para dar a ele e isso ajudou a aproximá-lo. Mas a garagem estava escura e só a lanterna não era suficiente. Fiquei lá uns 30 minutos, examinando cuidadosamente o que era possível sem luz. Outra coisa que também me chamou a atenção foi seu bigode mais curto do lado direito, coisa que ele trazia desde pequenino. Fora isso, era um gato magro, judiado, com os pelos maltratados, alguns pequenos ferimentos aqui e ali, as costelas saltadas e o olhar muito assustado.
Eu o trouxe para casa e o teste final foi o reencontro dele com meu outro gato e com minha cachorrinha. Foi muito bonito ver o jeitinho dela, dando focinhadas delicadas no pescoço dele, como ela fazia sempre para brincar. E a reação dele com isso (deitar tranquilo e esperar pela próxima focinhada) foi a prova final de que era mesmo o meu gato. Após 57 dias, sabe-se lá de onde, finalmente, Marley estava de volta!

3 comentários:

Cintia disse...

Oh, my God!!!

Fico um tempo longe do Brejo e, quando chego, isso aqui, esse monte de comentários de sei lá quem!!!

Spammmm!!!!!!!!!!!!!

Cintia disse...

Por incrível que pareça, quase todos esses comentários eram spam. Ok, deletei-os todos mas... é triste pensar que ninguém comenta.
Também... eu não posto faz um século!!
Vou voltar, prometo!

CDAD disse...

Nossa, que comovente estória!!!!!! Amo gatos de paixão, o meu querido Kiwi não está + comigo desde 2009. Que bom que seu Marley voltou! Assim que der por favor, mude o link do Memories ok. bjs